Porque é que os Scalabrinianos se estabeleceram em Portugal?

“Pensei que a Congregação dos padres scalabrinianos poderia ser uma ajuda preciosa na acção apostólica em favor dos emigrantes para a Igreja do meu país, pobre em clero, na acção apostólica em favor dos emigrantes. A Igreja sentir-se-ia muito honrada com o estabelecimento da Congregação em Portugal

(Carta de D. António Rodrigues ao Superior Geral da Congregação em 3/2/1968).

A Congregação dos Missionários de S. Carlos (Scalabrinianos) foi fundada em Itália em 1887 pelo espírito missionário do Beato João Baptista Scalabrini, Bispo que esteve sempre presente com a realidade da emigração, sobretudo italiana. Mais tarde, abriu-se a outras nacionalidades, pois o nosso carisma revelou-se como um grande dom para a toda a Igreja, Hoie estamos presentes em mais de 30 países.

A Congregação Scalabriniana abriu-se à Emigração Portuguesa nos anos 70 de forma espontânea e gradual. Era uma necessidade e, ao mesmo tempo, uma oportunidade histórica: os emigrantes portugueses, já numerosos no norte da Europa e nas Américas, pediam à Igreja acolhimento e acompanhamento na fé. Era necessário fazer algo. Assim, a Congregação Scalabriniana respondeu levando a cabo várias experiências pastorais e bem cedo sentiu a necessidade de ter uma presença em Portugal, afim de conhecer a língua, a cultura e as tradições religiosas dos emigrantes portugueses.

Portugal tornava-se a nova fronteira, que despertava a Congregação para uma missão, marcada pela inter-culturalidade. Em nome da Conferência Episcopal, o Bispo António Rodrigues solicitava a abertura de uma residência no patriarcado de Lisboa para acompanhar sobretudo as numerosas comunicades portuguesas em França, onde se estimava haver perto de um milhão de portugueses, muitos deles vivendo na miséria e em situação de clandestinidade.

Os três primeiros Missionários Scalabrinianos chegaram a Portugal no dia 3 de março de 1971. Eram os padres Hugo Fent, António Benetii (vindos do Brasil) e José Magrin (vindo de França).

Os Objectivos da nossa presença em Portugal foram acordados desde o início entre a Congregação e os Bispos Portugueses (1971 e 1979):

  • Presença missionária numa paróquia, situada numa área de forte mobilidade humana;
  • Ação qualificada nos Organismos eclesiais do Episcopado português para a Migração;
  • Formação de Sacerdotes e agentes pastorais para a Emigração, inspirados pelo Carisma.

 

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